No sétimo dia da série Retratos da Consciência Negra, seguimos ecoando histórias que reafirmam a importância do orgulho, da resistência e da valorização da identidade afro-brasileira em nossa comunidade. Hoje, apresentamos Miquieli Aparecida Ribeiro de Souza, 33 anos, formada em Gestão de Recursos Humanos — uma mulher que entende que reconhecer-se é também um ato político e transformador.
Para Miquieli, ser uma pessoa negra é um ato de resistência e resiliência, pois, mesmo nos dias atuais, é preciso lutar por equidade e valorização. Ela lembra que ainda há quem use termos como “negro” e “preto” de forma pejorativa, esquecendo que o Brasil é um país de intensa miscigenação cultural e que a identidade afro-brasileira é motivo de orgulho, não de vergonha.
Ao refletir sobre a cultura negra, Miquieli traz um exemplo revelador: o costume de usar branco no Réveillon tem raízes afro-brasileiras, embora poucas pessoas conheçam essa origem. Para ela, esse é um sinal de que ainda sabemos pouco sobre uma cultura tão rica, que se expressa em sabores, ritmos e esportes, e que ainda precisa ser mais reconhecida e valorizada.
Em sua mensagem à comunidade, Miquieli faz um chamado à consciência coletiva:
“Que o dia 20 de novembro não seja um dia isolado de luta contra o racismo, porque essa luta precisa ser diária. Enquanto a cor da pele for fator de desigualdade entre seres humanos, não prosperaremos enquanto sociedade.”
Com voz firme e olhar esperançoso, Miquieli nos lembra que a verdadeira mudança nasce da constância — da luta que se faz todos os dias, com respeito, educação e amor às raízes que formam quem somos.